Há já muitos anos que tinha comprado as tintas, alguns pinceis, uns quantos livros sobre pintura em acrílico, enfim apetrechei-me como se me fosse dedicar de alma e coração à nobre arte, mas sempre como algo a fazer apenas como relaxe.
A palpitante combinação entre as cores, mesmo que suaves, sempre me cativou e o desejo de usar as telas, os pinceis e as tintas já vem de longe, posso dizer, sem falsear, desde a cadeira da escola primária.
Acontece que com tantas obras de arte fantásticas e artistas de reconhecido mérito, o assassinar uma tela era algo que me merecia alguma meditação.
Receios vencidos, até porque não é meu objectivo desconsiderar algum artista, ao exibir o meu afoito gesto, resolvi tentar passar para a branca tela (não estava tão nua assim porque já havia feito uns ensaios de côr) uma imagem que, em dado momento, me passou em forma de sonho. A bem da verdade, depois de feita a pintura (ainda não sei se está concluída) ela não "se parece" exactamente com o meu sonho, mas quem sabe lá chegarei um dia.
Na minha modesta opinião, e devo dizer que a foto não lhe faz jus, mas foi o melhor que consegui tirar, até nem está desagradável. As "flores" que por ali se semeiam têem cores bem mais suaves do que aparece na foto e o contraste com o fundo não é avassalador.
Uma coisa é certa, este começo singelo fez-me ter vontade de repetir a proeza, e como tenho ali outra tela, esta sim em branco, acho que me vou afoitar de novo e ensaiar a paisagem marítima que há muito se baloiça pelos meus pensamentos.
Se fôr merecedora de tamanha distinção colocá-la-ei por aqui também.
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